Caminhos de Santiago
No decorrer do Século XIII, os itinerários de Santiago surgem delimitados em Portugal como sendo:
O primeiro trajecto de Lisboa a Coimbra, por Alcobaça ou com desvio por Santarém, seguindo depois para o Porto de onde derivava para Braga, Ponte de Lima, Valença, Tui ou pela Ponte do Ave, Rates, Barcelos, Ponte de Lima, Valença e Tui.
O segundo trajecto ligava as beiras (Viseu e Lamego) a Braga, desdobrando-se também após a travessia do Douro, quer em direcção ao Minho, quer por Chaves e Orense.
O terceiro trajecto, é referente apenas à província de trás-os-Montes, levava os peregrinos a Chaves, com o mesmo desvio para Orense, ou a prosseguir pelas agrestes paragens da Serra do Douro até à sede Metropolitana de Portugal. Para além destes eixos principais de peregrinação, há que reconhecer a existência de algumas variantes, de eixos intermédios de ligação e de caminhos secundários que completavam a rede principal de itinerários compostelanos.
A cidade de Tui é a grande porta de entrada dos peregrinos que se deslocam de Portugal, esses caminhos que serviam os devotos de Santiago. A rota seguia do Porto a Barcelos por Ponte do Ave e Rates, mas em vez de alcançar Ponte de Lima o seu percurso inflectia por via medieval, de herança romana, de Barcelos a Fragoso, Barroselas, Vila do Punhe, Portela Susã, Deucriste, Deão, Geraz do Lima, Passagem, Lanheses, cruzava o rio Âncora em Amonde, na ponte de Tourim, seguia por Orbacém, Senhora da Serra, Azevedo e Venade. A chegar aqui passava junto da capela da Senhora do Caminho e rumava na direcção da ponte medieval de Vilar de Mouros, para depois atingir Cerveira, Valença seguindo o caminho de Tui.
Rotas Marítimas
Outra rota bastante utilizada era a via do Atlântico, que tinha como pontos principais a partir do burgo portuense contornando as localidades de Vila do Conde, Viana do Castelo, Caminha e Valença, sendo estes portos do norte da Europa os mesmos do Mediterrâneo. Noutra outrora outros portos marítimos eram pontos de chegada ou de partida como os portos de Matosinhos, Mindelo, Azurara, Póvoa de Varzim, Fão, Esposende, Vila Nova de Cerveira e Tui.
Hospital Velho
Viana do Castelo como lugar de passagem de peregrinos era, relativamente às vias interior, uma passagem menos desenvolvida. Mas o facto è que na bela cidade da foz do Lima (que desde o século XIX passou a designar-se por do Castelo) existia um hospital destinado a auxiliar os peregrinos que iam e regressavam de Santiago de Compostela pela orla marítima.
O Hospital Velho era uma instituição que datada do século XV, tendo sido reformado totalmente no século XVII, embora não perdendo a porta quinhentista e o espírito da época. Na fachada, por cima da porta, existe ainda a descrição do seguinte: «Este ospital e rendas dele Stitvio Jvam Paaez ho Velho Ano 1486». Actualmente encontra-se as instalações da sede da Região de Turismo do Alto Minho (Costa Verde).
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O Hospital Velho foi um pequeno abrigo de peregrinos de Compostela e foi, segundo o Conde de Aurora, erguido «antes da Rainha D. Leonor haver criado as misericórdias, pois data, como reza a inscrição da fachada, do ano de 1486». Fernão Martins e João Pais, que eram procuradores do concelho de Viana às cortes (1459) realizadas no reinado de D. Afonso V alegavam ao monarca que «em esta villa esta fundado hum espritall pêra os pelegriis e romeus que vãao e vêem pêra Santiago, per o qual teemos bulla de samto padre que qualquer que em elle fezer alguma esmolla, por cada vez setecemtos dias de perdem…» A quem dava esmolas para o Hospital eram-lhe concedidos privilégios.
Por outro lado "Viana da Foz do Lima" não era apenas «um ponto de passagem terrestre, mas seria igualmente demandada por navios que transportavam peregrinos em direcção à Galiza vindos do centro e do sul do país e também da Europa mediterrânica».
Com a passagem destes peregrinos pelas povoações tiveram um papel no estreitamento de relações humanas. Ao percorrerem essas terras em todos os sentidos e direcções muito contribuíram para um estreitamento de laços afectivos e para um aumento de conhecimento mútuo. Os valores espirituais se uniam a um sentido de convivência e a uma inter-acção das mentalidades resultante de diversos modos de estar e de transmitir as formas de pensamento.
Monumentos
Igreja Matriz vs Sé Catedral
A Viana germinou em torno da Igreja Matriz, mais tarde passou a ser a Sé Catedral da nova diocese criada em 1977. Está situada no centro de uma malha urbana ortogonal, com rua e pequenas praças que são um excelente repositório de testemunhos arquitectónicos de uma cidade que, nos séculos XV e XVI, era verdadeira opulenta.
A Sé, cuja raiz gótica está patente num portal de arquivoltas ogivadas e recordar o passado românico situou-se no topo mais elevado da cidade.
A Igreja “Matriz”, dedicada à Santa Maria Maior. A sua construção románico-gótico data do Século XV. No Interior merece destaque a Capela dos Mareantes e o grupo escultórico. Depositação de Cristo no Túmulo datado de cerca de 1530 e originário de Antuérpia. Não deixando de admirar o belo pórtico esculpido. Os apóstolos estão rodeando Cristo e lá está Santiago Maior.
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Largo de S. Domingos
Convento e Igreja de Santa Cruz do Século XVI, que contém o altar más notável de talha barroca portuguesa. Fundado pelo Beato Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo-Primaz de Braga e figura do Concilio de Trento, ali se encontra sepurtado.
O Museu Municipal, instalado no palacete da Família Barbosa Maciel, com o brasão colocado na fachada do edifício, solar urbano do início do século XVII.
Praça da República
Reúne três construções do Século XVI digno de mencionar como sendo o chafariz coroado com uma esfera armilar e uma cruz de Cristo,
Antigo edifício dos Paços do Concelho, de estilo gótico;
Antigo hospital da Misericórdia com uma magnífica fachada e com uma Igreja a adjacente.
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Castelo santiago da Barra
Na sua marginal encontra-se o Forte de Santiago da Barra de 1567, o Castelo de Santiago da Barra, magnífica fortaleza reconstruída por D. Manuel, sobre uma torre medieval. No vasto terreiro em frente, tem lugar muitas das festas famosas e desfiles de trajes de Viana.
Mosteiros e Conventos
São vários os mosteiros e conventos que estão ligados ao acolhimento e assistência aos peregrinos de Santiago, entre eles está o Mosteiro de S. Romão do Neiva, o Convento de Ganfei, no Concelho de Valença, Distrito de Viana do Castelo.
Mosteiro de São Romão de Neiva
O mosteiro de São Romão de Neiva, Situado próximo da estrada nacional 13 na direcção de sul norte (Porto - Viana), está documentado desde 1087. a sua fundação ficou a dever-se ao episcopum Adefonso, que terá sido Bispo de Tui Dom Afonso I, que ocupou o cargo até perto de 1022. O templo românico foi edificado em 1135.
Igreja de S. Salvador de Ganfei
Mosteiro da ordem Beneditina construído (ou reconstruído) em meados do século XII. Nos séculos XVII e XVIII a fachada da igreja , a capela-mor e os edifícios conventuais receberam importantes reformas, conferindo-lhe o aspecto exterior que hoje apresenta.
Santuário de Santa Luzia
Para ficar com uma paisagem deslumbrante da cidade é subir ao monte de Santa Luzia é um sonho. Uma subida serpenteada “zimbório da Basílica“, termina à vista de uma paisagem de bilhete postal, lindíssima. Um Santuário imenso domina o monte e a paisagem a perder de vista, um olhar pelo magnífico contraste que a beleza da cidade lhe propõe.
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Fonte: http://ipt.olhares.com/data/big/207/2070459.jpg